CEFA EDITORIAL

anti-edipo-e-a-psicanalise

O anti-édipo e a psicanálise

- A crítica de Deleuze e Guattari ao inconsciente nas obras de Freud e Lacan

Existem livros que somente podem ser lidos em intensidade. Do contrário, a leitura se torna árida, abstrata, desinteressante. Quem pegar para ler o Anti-Édipo e sentir um frio na barriga está na trilha certa. O corpo se afeta e dá vontade de fechar os olhos, como quando assistimos a um bom thriller de aventura ou terror. Um livro que somente pode ser medido pelas emoções que suscita no leitor, em viagem a paragens barrocas da criatividade conceitual. Publicado na França em 1972, nele confluem e turbilhonam os mais diversos fluxos de saberes: antropologia, economia política, dadaísmo, cibernética, marxismo, estruturalismo, psiquiatria, psicanálise. A lista de interferências é pantônoma, porque os problemas ativados se comunicam num plano sem hierarquia. Uma multidão de leitores se sentiu desconcertado pela obra de Deleuze e Guattari e está aberta à proposta de modos de usá-lo, para suportar-lhe o ar rarefeito típico das grandes alturas do pensamento. Para ajudar a explorar esse sentimento de desafio é que este livro foi escrito. O desafio de encarar o Anti-Édipo, livro experimental e para uma filosofia experimental, proponente da esquizoanálise, mobiliza a escrita de O Anti-Édipo e a psicanálise. Este livro se propõe a fazer funcionar um acoplamento, a realizar uma entrada no Anti-Édipo, a fim de percorrer o plano de seus eventos interiores, de uma dentre inúmeras outras maneiras possíveis. Ao tomar por fio condutor a crítica-superação da psicanálise de Freud e de Lacan, são abordados conceitos-chave da obra de Deleuze e Guattari: o inconsciente maquínico, o problema da servidão voluntária, a passagem política à esquizoanálise, isto é, a passagem pelos afetos de 1968.

Autor

Bruno Cava

Formato: Livro impresso

Formato: Livro digital